quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Sobre a Arte de Sentir Saudades

Já dizia meu amigo Thiago, sobre essa arte tão difiícil.
Curiosamente hoje faz quase um mês que eu postei aqui da última vez. E só percebi isso quando vim aqui postar, levada por uma vontade que me acomete há alguns dias, de relembrar e REdisfrutar a companhia de um dos meus melhores amigos durante 2010, o meu blog.

Por incrível que pareça, depois de 3 meses e meio de ter voltado de BA ainda tem gente que eu encontro e que não tinah visto ainda, e é dessas pessoas que eu escuto: parou com o blog? Não vai mais escrever nada? Eu acompanhava seu blog!
E assim eu comecei a pensar mais no meu blog novamente, a lembrar da companhia que ele me faz, de lembrar como eu pensava nele todos os dias enquanto estava em BA, e de como eu ansiava pela hora de escrever.
Por isso vim aqui visitar. relembrar, voltar a ser eu com ele.

Esses 3 meses e meio passaram voando e pra mim já representaram uns 3 anos, exatamente a mesma sensação dos primeiros 3 meses em BA. Curioso né?

E o que eu mais sinto aqui é saudades. E cada dia que eu acho que ela vai diminuir ela aumenta, e a cada coisa que eu me lembro, a cada cheiro parecido que eu sinto eu acho que vai matar um pouquinho da saudades mas ela só se multiplica estrondosamente, sem piedade do meu coraçãozinho.
Vários truques vêm sido desenvolvidos ao decorrer destes meses para sentir menos dor e o que mais ajuda atualmente é escutar músicas em castelhano que eu escutava lá, e cantar junto, bem alto, até ficar arrepiada (o que não demora muito) e depois colocar a música no repeat, e de novo e de novo.

E as lembranças vêm num furacão, do nada, a qualquer hora do dia. Quando eu acho que já estou super engajada com a vida paulistana, quando estou distraída, mesmo sem ver nada nem escutar ada, as lembranças vêm.
De caminhar na minha rua, do sol e da cor do sol, da luz da cidade. Da bolsinha de moedas cheia, dos olhos lacrimejando do vento frio, dos mil casacos e camisetas por baixo da roupa, dos primeiros dias, dos cheiros, do medo e da felicidade, da adrenalina, da minha casa, da fechadura estranha e da porta com defeito.
De ter que descer pra abrir a porta do prédio e do interfone que nunca funcionava. Da imbecil da proprietária do ap, e dos mil planos feitos com o Ricardo pra ferrar com ela.
De semifaxinar a casa, de megafaxinar a casa depois das baladas, do MacDonalds do lado de casa, das ruas retas, do caminho de 15 minutos diários até meu trabalho, e de chegar mesmo sendo 10:00.
De trabalhar num lugar gigante, com umonte de gente sentada do meu lado, tudo claro, branco, todo mundo rindo. Das piadas em portunhol e espantuguês.
Dos cigarrinhos na terraza e dos almoços de 6af. de reclamar de comer tanta milanesa ou do raviole recheado de pedras.
De comprar palta e limão siciliano todos os dias na volta pra casa (caminhando) e comer correndo por que já estava morta de fome.
E de dormir meia noite e achar que o dia rendeu muito, e não acordar com sono.

Essas, e milhões de outras coisas me fazem sofrer de saudades mas tamb;em me fazem sorrir de lembrar.
Mas o que mais aperta o coração, o que mais dói, o que me mostrou esse lado da saudade que eu não conhecia, são os meus amigos.
Ter eles tão perto e tão longe, dói mais do que uma pessoa possa imaginar. Dói diferente de tudo.
E é neles que eu penso todo dia, e vou continuar pensando pra sempre.
E foram eles que fizeram os dias da minah vida mais especial. Obrigada meus amores.
Por todas as vezes que me apaixonei por vocês, e por me fazer manter essa paixão como energia pra viver.

E assim eu vou passar mais 3 meses aqui, mas levando dentro de mim novas paixões que antes de fevereiro de 2010 eu não tinha, e que me completam.

Aprendendo a lidar com a saudades.

Da arte de sentir saudades.




Como foi a viagem pra Argentina Marina?
as pessoas me perguntam
FOI A MELHOR COISA QUE FIZ NA MINHA VIDA!

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