sexta-feira, 11 de junho de 2010

Cafés as Escuras

Isso tem sido quase uma rotina aqui desde que cheguei.
Cheguei aqui sem conhecer ninguém. Conhecia o Santi e a Lucia.
Quando acontece isso, de alguém ir morar em outro país ou outra cidade sem conhecer ninguém, todo mundo que você conhece te indica algum amigo ou conhecido no país que você vai para fazer contatos. E assim foi comigo.
Recebi umonte de  indicações, emails, telefones de gente que conhecina alguém que eu conhecia do Brasil.
Com o Santi foi engraçado, por que fazia um tempão que não nos víamos, e eu ainda não tinha celular quando fui encontrar com ele pela primeira vez. Marcamos em uma esquina bem movimentada e ao meio dia, e eu fui asism, na confiança de que nos encontraríamos. Fiquei lá na esquina, parada, com um milhão de engravatados passanodo por mim, e tentando lembrar qual era o Santi, e todos pareciam tão iguais!
No fim quem me encontrou foi ele, por que talvez eu fosse a pessoa que mais destoava no meio daquelas pessoas correndo pra lá e pra cá de terno, e eu de vestido colorido, parada bem no meio da multidão.
Isso me fez imaginar como era a vida sem celular. Como as pessoas marcavam esses encontros e tinham que confiar que o outro estraia lá. E por que hoje em dia não confiamos mais? Por que tmeos que ligar no celular d apessoa pra tudo? Ou mandar mensagem avisando que chegamos? Ou seja, passamos mais tempo olhando pro celular do que olhando em volta, olhando na cara das pessoas.

Ontem fui conhecer uma nova amiga. A Marília, irmã do Marco do blog Buenosairesdreams. Ela tomou a brilhante iniciativa de me manda rum e-mail dizendo que também morava aqui e que podíamos nos conhecer. E assim marcamos outra vez, um encontro as escuras. 17:00 na Starbucks da rua Malabia. E eu perguentei: Como vamos nos reconhecer? E ela, muito amis decolada que eu, me respondeu que a gente se reconhece pelas fotos que já tínhamos visto em facebook e blogs. Ok, confiei.
Chegando lá entrei na Starbucks, passei uns 5 minutos olhando bem fundo nos olhos de cada um para ver se reconhecia e nada. Não reconheci. Saí da loja e lá estava ela, sentada bem em frente, me olhando fixo também, e assim nos reconhecemos.
Isso é tão estranho, por que não olhamos mais fixo paras as pessoas na rua, no começo até me senti mal de olhar dessa maneira meio invasora, mas agora já me acostumei. Olho mesmo e daí?
No fim nosso café foi uma delícia, fofocamos, papemaos, nos conhecemos, rimos e falamos mal e bem das mesmas coisas sobre viver aqui.

Hoje fui de novo a um café as escuras. Dessa vez com um amigo de uma ex chefe minha, que virou super minha amiga. O amigo dela mora aqui, é portenho, mas eles tinham se conhecido na Espanha.
Bom, lá fui eu, 16:00 na Guruchaga 1450. Cheguei, entrei, olhei cada, perguntei aos garçons e nada. Bom, me sentei lá fora, pedi um alfajor artesanal, e aí fiquei, me entretendo com o programa da Copa que tem no meu celular. E sim, me rendi ao acto de olhar mais pro celular do que pras pessoas.
Já achando que levei um cano, e que os garçons todos iam perceber, chega o Martin, me olha daquele jeito fundo nos olhos e eu olho de volta, e daí já sabemos quem somos.
Sentamos e conversamos sobre tudo e nada por 15 minutos, alguuém telefona pra ele e ele tem que ir resolver uma coisa naquele mesmo momento. O café dessa vez durou 15 minutos e terminou da maneira mais engraçada possível.

Bom, cada café as escuras é uma nova surpresa, e assim sigo fazendo esse exercício de perder a vergonha, de conhecer gente nova, e de olhar menos por celular e mais pra cara das pessoas.

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