segunda-feira, 15 de março de 2010

SábadoDomingoFinaldeSemana

6a:
A noite finalmente me encontrei com o Denis. O brasileiro que fez RI na FASM e que vive em BA há 2 anos fazendo mestrado.
Depois de ficar por 2 semanas tentando marcar algum programa conseguimos um dia em comum!
Programa: Botequinho, mesinha de rua, batata frita com bife de chorizo cortadinho bem pequeno e misturado na batata para parecer bacon. Brahma de litro, muito papo a toa, muitas risadas e 3 horas seguidas falando português!

Sábado:
Dia de trabalhar... Entrei no trabalho as 11:00, passei o dia treinando bem o espanhol de novo. A Ari, menina que trabalhou comigo esse sábado é muito legal, ainda não a conhecia. Aliás todas as pessoas que trabalham na PicNic são muito legais,.
6a a Vero, supervisora de vendas me disse que provavelmente eu seria contratada, mas oficialmente só vou saber amanhã. Falei pra ela que eu não tinha muito interesse em ficar como vendedora muito tempo, que vim pra cá pra trabalhar na minha área, que gostaria muito de trabalhar com o desenvolvimento de produto. Mas lá elas acreditam que pra isso se deve passar primeiro pelo setor de vendas, entender bem sobre o produto, o sistema da loja e tudo mais. Concordo. Mas ela também disse que provavelmente eu não ficaria muito tempo como vendedora e tal. E eu também disse que não gostaria de trabalhar todos os sábados, que já que existe a possibilidade de não ficar tanto tempo aqui na Argentina gostaria de viajar nos finais de semana para conhecer as cidades por perto como Mar del Plata, Córdoba, Bariloche quem sabe, e ela me disse que isso não era um problemas, que elas são super abertas a acordos e conversas, e que eu poderia conversar sobre trabalhar intercalado, sábado sim sábado não.
Melhor né?

Bom, sábado durante o dia recebi um sms e uma ligação de um número desconhecido, de um tal de pablo, mas só conheço um Pablo aqui, então achei que era dele, mandei uma msg de texto e não era ele. Que raios de Pablo está me ligando? Aqui todo mundo chama Pablo então fica difícil lembrar.
Bom, até o final do dia me lembrei que era o Pablo primo do Martin (Shertel) e que ainda não nos conhecíamos, e ele tinha me convidado para uma festa que estava organizando no próprio sábado, em prol dos desabrigados do Chile, e que eu tinha dito que ia.

Não consegui companhia para a festa então fui sozinha mesmo. Achei que poderia ser mais um teste de me ter como única companhia. E foi mesmo.
Cheguei lá, e era num lugar bem longe, andei por todas as estações de metrô de BA, inclusive por uma em que os trens são de madeira e que as portas não se abrem automaticamente. Você tem que abri-las com as mãos, depois elas se fecham sozinhas.
Um metrô muito esquisito, com gente estranha, meio barra pesada, cheio pra caramba, no sábado as 9 da noite, cheio de bolivianos e de brasileiros! E de skatistas meio manos, com cara de mau.
Com um pouco de medo, e me sentindo meio arrumada demais pro tipo de festa que comecei a perceber que seria, cheguei ao lugar da festa. Uma fábrica abandonada, um galpão gigante, como o tamanho de todo o espaço da Alcaçuz mas sem divisórias de paredes e todo de concreto escuro e abandonado, só que com 3 andares. Úmido, escuro, com som de goteiras e metal sacudido pelos ratos e morcegos. Assombroso.
Eu já pensando, o que estou fazendo aqui? Sozinha? E por que não vim de jeans e camiseta?
A festa era no 3o andar, um lugar enorme com umas 30 pessoas (se muito). Todos os rips de BA se encontravam no mesmo lugar aquela noite.
Logo na porta já conheci o Pablo. Uma pessoa encantadora. Super simpático, me apresentou a todo mundo que via pela frente, falava português, espanhol de BA e espanhol do Chile (que por sinal é tão diferente que u não compreendia nenhuma palavra dita por eles,os chilenos da festa). Era o principal organizador da festa e mesmo assim ficou me fazendo super companhia o tempo todo por que eu estava sozinha.
A festa estava marcada para começar as 19:00, o que é bem incomum aqui, onde as pessoas saem de casa pra balada ou barzinho da noite lá pelas 1:30 ou 2:30 da manhã.
(Teve um dia que saí com o Santi, seu primo e seus amigos, saímos de casa 1:00 por que a festa entrava de graça até 1:30 e eles todos fizeram o mesmo comentário: nossa, acho que nunca saí de casa tão cedo pra uma balada!)
A idéia da festa era que fossem famílias também e tal, mas eram 21:30 e haviam no máximo 30 pessoas.Ou seja, mesmo marcando cedo não adianta, os portenhos saem tarde de casa!

La pelas 22:30 começou uma banda, na verdade uma dupla, não muito boa, tocaram uma meia hora e em seguida foram exibidos alguns curtas e propagandas sobre o aquecimento global e suas consequências no planeta. As pessoas aplaudiam, gritavam. Bem bicho grilo defensor do planeta.
Me senti como nas festas estranhas que eu ia no colegial, em galpões nada haver, escuros, com mil hippies e bichos grilos do eixo.

Umas 23:00 o Denis me ligou, chamando pra uma festinha no ap de uma americana (norte americana, por que se você chama uma pessoa que nasceu nos EUA de americano aqui em BA os portenhos ficam muito bravos, afinal somos todos americanos), e o ap era a UMA quadra da minha casa.
Bom, resolvi vir.
Não encontrei o Pablo pra dar tchau então peguei um taxi (aqui se diz: agarré un taxi) e vim pra casa.
Em 20 min apareceu o Denis e um amigo brasileiro, Jonas, e fomos pra festinha no ap da norte americana a uma quadra da minha casa.
Bem típica festinha em ap, umas 30 pessoas, do mundo todo, uns 8 brasileiros, holandeses, franceses, portenhos, espanhois. Divertido, falamos muito em todas as linguas do mundo. Depois de uns vinhos é possível falar em todas as línguas.

A menina dos EUA que tinha nos convidado é uma graça de pessoa, megasimpática, falava tão bem espanhol que eu nunca teria desconfiado que ela era estadosunidense.
Conversando com um francês, um holandês e um brasileiro, falando em espanhol, o brasileiro não acreditava que eu era brasileira, teve que me fazer falar português para crer. Haha.
Saímos de lá umas 5:00 da manhã e caminhei muito até chegar em casa (uma quadra!).

Eu estava crente que ia chegar em casa e dormir profundamente já que domingo não tinha compromisso nenhum a não ser andar de patins, cheguei em casa, joguei todas minhas coisas em qualquer lugar e me joguei na cama.
Em 10 minutos adormeci, e em 10 minutos o móvel de madeira que forma a cabiceira da cama e acompanha a parede mais um metro ao lado da cama começou a estalar e fazer ranjidos.
Comecei a ficar com muito medo, só pensava em espíritos e ladrões! De 10 em 10 minutos o móvel ranjia e eu acordava. Ou seja, não dormi até umas 6:30, quando finalmente o móvel (ou o espírito) se aquietou.

Post muito grande, computador velho, fica tudo muito demorado....Domingo conto no próximo post.
bjo

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